quinta-feira, 21 de abril de 2011

Desculpa, Tranquilo



Hoje, estranhamente, tua voz foi uma das primeiras que ouvi.
Hoje, estupidamente, te acordei cedo, coisa que bem sei que em nada te agrada.
Hoje, sem querer, teclei os 8 números que, juntos, criam uma comunicação contigo.
Hoje, tentando falar com uma amiga, pensando ser o noivo dela, te cumprimentei.
Não disse teu nome, não disse "bom dia", coisas que, sim, eu gostaria de dizer.
Diante de meu pedido de desculpas, tu respondeste com um "tranquilo" e,
ironicamente, assim reconheci tua voz.
E, de novo ironicamente, ao reconhecer tua voz, deu-se por encerrada nossa comunicação.
Queria ter dito teu nome, queria ter pedido desculpas pelo engano, queria ter te desejado bom dia,
queria ter te explicado o equívoco, temi o que podias pensar, temi que nada pensasse.
Queria talvez ter aproveitado para te pedir desculpas por tantas e tantas coisas que carrego comigo.
...mas o teu "tranquilo"...sinal de que estás em paz, de que  estás feliz, de que estás bem. 
Sinal de que não quebro tua paz, de que devo seguir, porque tudo está como está.
Tua voz sonolenta, outrora ouvida feliz, agora angustiada.
A memória olfativa deu lugar à memória auditiva: "I just called to say I love you!"
Os números confundidos são praticamente primos entre si.
E então eu me pergunto, por que a confusão?
Seria o subconsciente querendo dizer:
"I just called to say I love you!"?
Queria mesmo era não ter trocado os números (duplo sentido).
Queria mesmo que não fosse engano (duplo sentido).
Queria mesmo era ter dito: "I just called to say I love you!" (dois sentidos)
Desculpas (todos os sentidos).

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