quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sobre o fim do mundo

Vira e mexe surgem por aí datas para o tão temido fim do mundo. O tititi mais atual, provocado pelo grupo cristão evangélico americano Family Radio, é de que o mundo acabará no próximo sábado, 21 de maio.
Eu não sei não. Não acredito que o fim do mundo será um espetáculo assim, datado e carimbado por uns seletos, mas como diria uma famosa propaganda de uma seguradora, "vai que..."
Há uma frase que muito me agrada, que também já foi perfil em orkut, "Estude como se fosse viver pra sempre. Viva como se fosse morrer amanhã." Independentemente de o mundo acabar depois de amanhã ou não, não sabemos quando nós, quando cada um de nós, iremos acabar. 
Não acredito que tenhamos que viver esperando a morte, porém muito menos que tenhamos que esperar para viver. "Vai que..."
Acredito nos planos, projetos. Defendo que temos que viver programando sim um futuro, mas antes de tudo, temos que viver. Não posso esperar o emprego ideal, a pessoa ideal, a oportunidade ímpar. Tenho que viver com o que tenho, transformando naquilo que quero e em que acredito.
Sim...essas frases são lindas para serem postas em status de redes sociais, mas está na hora de pô-las em prática na vida real.
É normal quando alguém próximo a nós se  vai, ou quando vemos um filme, uma novela, lemos um livro que retrate tal tema façamos a promessa de aproveitar mais a vida, se cuidar melhor, se aborrecer menos com coisas pequenas, mas parece que dura até o próximo acontecimento feliz, até o próximo filme, até o próximo livro.
E sim, dar uma pausa para ver bons filmes e ler bons livros (bons para você, não para seguir tendências) é uma forma proveitosa de viver, se isso te acrescenta, te agrega, te faz bem.
A questão é quando paramos para pensar: "o que eu faria se...?" - Por que temos tanta coisa em mente guardada? Se sabemos que temos vontade de fazer, por que esperar para fazer? Esperar o quê?
É como vi um dia por aí..."Você descobre que tem 15 minutos de vida e direito a um único telefonema. Para quem você ligaria? O que você diria? O que você está esperando para pegar o telefone e ligar?"
Não sei se o mundo vai acabar sábado. Não sei se sobreviveremos até lá. Não sei até quando teremos vida. Mas acredito que, enquanto tivermos vida, temos que viver. Na essência da palavra, viver.
Use esse texto como um dos pontos de reflexão, faça de conta que é um daqueles bons filmes, daqueles bons livros, e o use como pretexto para dar início a uma nova etapa da sua vida.
Aproveite o momento para pensar no que você faria. Agora vá lá e faça..."Vai que..."
Até breve. (Espero)

domingo, 15 de maio de 2011

Agonia & Esperança

"(...) Tenho de falar com você com os meios que estão ao meu alcance. Você trespassa a minha alma. Sou agonia e esperança. Não me diga que é tarde demais, que tais preciosos sentimentos se foram para sempre. Eu volto a me oferecer a você, com um coração ainda mais seu do que quando você quase o partiu. (...) Só por você eu penso e faço planos. Será que você não viu? Será que você não conseguiu entender meus desejos?"  

¹Do livro "Persuasão", de Jane Austen, publicado em 1818: O trecho acima é de uma carta do Capitão Frederick Wentworth à Senhorita Anne Elliot, personagens centrais do livro.

²No meu aniversário desse ano, numa grata surpresa, ganhei de um amigo muito querido uma edição especial da Editora Martin Claret de 3 clássicos da Jane Austen, incluindo o meu pretendido; quando pude, então, ler Persuasão.  


³Interessei-me por ler esse livro desde que vi, pela primeira das três vezes, o filme "A Casa do Lago" (The Lake House, 2006)


SE VOCÊ NÃO QUER SABER DEMAIS SOBRE O LIVRO E O FILME, NÃO CONTINUE!


O filme, apesar de o nome lembrar um filme de terror, é um misto de romance, drama e fantasia, e conta a história de Kate (Sandra Bullock) e Alex (Keanu Reeves). Ela, uma médica que morava numa casa à beira de um lago e se muda para um apartamento na cidade. Ele, um arquiteto, que se torna o novo morador da casa e recebe uma carta deixada por ela para o caso de correspondências precisarem ser encaminhadas. Nessa troca de cartas, descobrem que vivem numa distância temporal de 2 anos e que possuem a mesma cadela, Jack. O casal se apaixona e, então, tenta um meio de se encontrar.


O livro entra na história quando Kate pede a Alex que busque e envie para ela algo muito importante que ela esquecera numa estação de trem, um presente que fora dado por seu pai. Alex vai até e estação e encontra o livro, garantindo a ela que um dia o enviará. Em outro momento, num encontro entre ambos em que Kate não sabe estar diante de Alex, ele pergunta a ela se ela já leu esse livro. Kate responde que é seu livro preferido, e o define como sendo um livro que fala sobre a "espera", sobre um casal que se conhece, quase se apaixona, mas não está na hora de viver esse amor, daí eles se encontram anos depois e têm uma segunda chance, uma nova oportunidade de se entregarem ao amor e serem felizes, mas ficam indagando se já não se teria passado muito tempo, se não era tarde demais.


O filme, como podemos observar, trata exatamente da "espera".  O casal se encontra por meio de cartas em anos distintos, se apaixona, mas não tem como viver esse amor na prática. Alex chega a encontrar Kate, mas não lhe pode revelar quem é por não terem ainda se conhecido por meio das tais cartas. Eles marcam um encontro, onde Kate fica esperando Alex e ele não aparece. Ocorre então o desligamento dos personagens e Kate volta para um ex noivo seu, até que nas coincidências da vida, descobre o porquê de Alex não ter comparecido ao encontro e tenta, com muita agonia e esperança, fazer com que ele a espere mais um tempo para que possam, entaõ, definitivamente se encontrar num ano comum.


Sobre o livro, Persusão é dada como título pois é um dos temas da história. Diferentemente do que Kate revela sobre o livro, o casal se apaixona de fato ao se conhecer e chega a iniciar um romance, interrompido pela diferença social, pela conveniência, tradição da época e pela persuasão que a personagem Anne sofre de sua principal amiga e família. Passam-se oito anos e Anne se mantém apaixonada por Frederick com algumas nuances de arrependimento. Acontece então o reencontro do casal, porém o orgulho ferido do capitão Frederick Wentworth, se sentindo rejeitado e ofendido no passado, assim como a vergonha de Anne por te se deixado persuadir de tal forma anos atrás não permite que o casal se reconcilie num primeiro momento.


Tanto no filme como no livro, os casais têm uma segunda oportunidade e, após desencontros, se entregam ao amor e nele se encontram.


E esse é o meu desejo: que todos saibamos aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece. Nem sempre temos uma segunda chance, mas devemos valorizá-la quando acontece. Se a vida te oferece a mesma coisa mais de uma vez, é sinal de que "essa coisa" deve ter um sentido muito especial para você.


Não perca tempo perguntando se passou tempo demais, se é tarde demais, porque cada momento se torna um tempo perdido maior. Se ocorreu a oportunidade, é sinal de que não é tarde demais, talvez seja só o momento certo.


É isso...às vezes não entendemos que tudo tem seu momento certo para acontecer, não adianta se martirizar se não aconteceu no momento em que você não queria. Talvez se tivesse acontecido quando você quisesse, não seria da maneira que você queria.


Nunca perca uma oportunidade de ser feliz. Nunca é tarde demais para ser feliz.


Esse livro, por n razões, entrará para a minha estante com um carinho todo especial.


Bjs

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O valioso tempo dos maduros

"Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade…
Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."

Esse texto é atribuído por aí a Mário de Andrade, mas ao que parece, a um Mário de Andrade angolano, homônimo do nosso Mário de Andrade. Ainda não posso garantir sua autoria, tentarei, mas por enquanto, deixo assim.
Retirei a primeira parte dele porque "não me toca", gosto dele começando assim, foi meu último perfil de orkut antes de excluí-lo.



Estou cheia de saudade de você, mas aguento firme.

domingo, 8 de maio de 2011

Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. 
É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.


"Acredito no tempo. O tempo é nosso amigo, nosso aliado, não o inimigo que traz as rugas e a morte. O tempo é que mostra o que realmente valeu a pena, o tempo nos ensina a esperar, o tempo apaga o efêmero e acaba com a dúvida.


É assim: vezenquando, uma coisa só começa mesmo a existir quando você também começa a prestar atenção na existência dela. Quando a gente começa a gostar duma pessoa, é bem assim.


sábado, 7 de maio de 2011

Feliz Dia das Mães!

Acho esse comercial lindíssimo. Como digo, foi o primeiro em que me senti homenageada pelo Dia das Mães.


Sou daquelas que defende que o "Dia das Mães" é todo dia. Porque se é mãe em tempo integral: não importa se o filho está em seu útero, dentro do berço, dentro de uma boate ou dentro da igreja se casando, ele É seu filho. Não importa se ele está sendo ninado nos seus braços, dormindo no quarto ao lado, dormindo pela primeira vez fora de casa ou dormindo na própria casa, é seu filho.

Sou daquelas que defende que ser mãe é um estado de graça que começa bem antes da gravidez. É quando você faz algo pensando "para dar um futuro para os meus filhos", é quando você se propõe a fazer algo agora para que quando tenha filhos possa se dedicar mais a eles. É quando pensa num nome. É quando pensa consigo mesma "meu filho não vai se vestir assim", "meu filho fará isso".

Ainda não sou mãe. Nunca engravidei. Mas cá dentro de mim possuo um amor imenso de mãe. Sinto na alma  e no coração um amor por quem ainda nem sei quem será, mas já me dedico a esse ser.

Mas possuo também um amor imenso de filha. Pela minha mãe, que me carregou, me pariu, que tanto se orgulha de mim e de quem sempre recebi tanto amor, zelo e, pasmem, até mesmo gratidão. Como se nós, filhos, merecêssemos gratidão. Nós sim devemos ter a maior gratidão do mundo pelo amor incondicional.

Um lindo dia das mães a todas as mães do mundo. Às mães das pessoas a quem tanto amo. À minha mãe.

E a mim. Que ainda nem realizei esse sonho: "mas eu não vou desistir!"


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Medos

"Às vezes, pensar demais, só alimenta nossos medos.

Pois é. Essa frase fora dita hoje na novela Cordel Encantado que, aliás, estou amando: tão doce, tão singela e pueril como há muito tempo não via uma novela. Da vontade de viver assim...num reino tão, tão distante.
Daí me peguei concordando, pensando: Tá certo que o medo é nosso grande companheiro; é, muitas vezes, nosso anjo da guarda, amigo protetor. Mas até onde vale a pena ouvir esse medo? 
Quantas vezes deixamos de ouvir nossos desejos por puro e simples medo? Medo de sofrer, de fazer sofrer, de não dar certo.
Vale a pena deixar de tentar? 
Onde fica o medo de perder experiências tão lindas e enriquecedoras? Porque bem sabemos que se há uma margem para dar errado, há outra igualmente para dar certo. Por quê, então, não dar espaço para o sonho, para as vontades?
Porque em vez de pensar nas possibilidades de sofrer não imaginar que pode ser também o caminho certo?
Vale a pena ficar a vida toda parada na estação com medo de pegar o trem errado?
Se é para alimentar um medo, alimente o medo de não viver. Pois passar pela vida não deve ser a melhor escolha entre todas.
Pense, tema, mas, acima de tudo, viva!


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Reflections of a Skyline




Doce. Simples. Completo. Lindo, tão lindo que chega a doer.
Felizes os que alcançam!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Seu Presente

Então, foi assim que alguma coisa começou:
éramos tão distantes, com almas tão iguais.
Acabei te colocando numa varanda,
Um lugar que parecia bom apenas para mim.
Você chegou, foi ficando e conhecendo tudo,
até que o tudo que você conheceu
Acabou se tornando o meu tudo, que precisava de ti.
Tinha muito cinza e muito descolorido nas paredes e no jardim,
até que você trouxe a tua alegria, essa tal paz que eu tanto procuro
E foi deixando saltitantes cores pelos sonhos, pelas palavras.
Ah, estrela, como tu me fazes ser encanto e absoluta incompreensão.
Eu até gosto, até peço mais das tuas verdades
(em doses homeopáticas, para não me envenenar.)

Então, é assim que alguma coisa está indo:
distantes demais, quando queremos presença  nem sempre necessária;
alegres o bastante para não reclamarmos algo sobre felicidade
E com as palavras certas para que eu te diga, todos os dias,
em silêncio, o quanto as tuas cores de alegria preenchem um pedaço meu
Que é assim, também todo feito de ti.
Tem sido nosso presente, muito além do dia sete.
Tem sido algo que não se explica, bem mais do que qualquer surpresa
Para o dia trinta.

Deixarei as paredes por sua conta, minha estrela.
Assim como te deixarei essas palavras, soltas do meu peito,
seguindo em tua direção,
Para que tu saibas que, em alguma parte do que é incerto,
Você ocupa um lugar sem tristeza e cheio de esperança.

E, quem sabe, por nós dois será feito assim:
Paredes pintadas, todos os dias, com a certeza de que um olhar
Sempre estará ao alcance das palavras ditas e não ditas.

Sim, as paredes estão ficando bonitas... 


O título não é por acaso. Essa linda prosa poética foi escrita para mim, como presente de aniversário.
Obriigada pelo lindo presente, Tiago Cesar, meu amigo, meu irmão, meu amor.

=)